domingo, 5 de julho de 2009

Nota da CNBB sobre a Corrupção

A transparência, a coerência e a honestidade, são valores que aprendemos na educação ética. Desde tempos imemoráveis a humanidade codificou os mandamentos de Deus que foram acolhidos na Bíblia Sagrada como escola de vida pessoal e social. Os Dez Mandamentos defendem a vida, a verdade, a liberdade e a convivência humana.
De modo especial o sétimo e décimo mandamentos proíbem o roubo, a corrupção e exigem a restituição do que foi usurpado. O destino dos bens da terra é universal, é para todos. A corrupção é uma das piores deformações da sociedade. Ela começa porém no coração.
Atualmente estamos passando por uma situação de denuncias de corrupção nos âmbitos do s Poderes constituídos. A CNBB publicou uma Nota a respeito destas questões com o título: “Superação da corrupção na política: salvaguarda da ética e da democracia”. Vamos agora conhecer a referência Nota que aqui transcrevemos:

“Na verdade, a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro” (1Tm 6,10).

Nós, membros do Conselho Permanente da Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, reunidos em Brasília, nos dias 16 a 18 de junho de 2009, manifestamos indignação diante das repetidas acusações de corrupção nas instancias dos Poderes constituídos. A corrupção e a decorrente impunidade constituem grandes ameaças ao sistema democrático.
A corrupção aumenta o fosso das desigualdades sociais, como também a miséria, a fome e a pobreza. Além de ferir gravemente o princípio do destino universal dos bens, raramente se tem notícias sobre a restituição dos recursos e bens públicos usurpados. A corrupção trai a justiça e a ética social, compromete o funcionamento do Estado, decepciona e afasta o povo da participação política, levando-a ao desprezo, perplexidade, cansaço, revolta, e ao descrédito generalizado, não somente pelos políticos, mas também pelas Instituições Públicas.
A imprensa nacional e os órgãos públicos competentes têm divulgado a prática de comprovada corrupção nos meios políticos como um círculo vicioso, um hábito enraizado na inversão dos meios e do fim da “coisa pública”. Ao mesmo tempo em que a mídia funciona como caixa de ressonância, denunciando os males presentes na vida política, muitas vezes pode semear na opinião pública a idéia da inutilidade do Congresso, desvalorizando a democracia.
Diversas instâncias da sociedade civil já é se manifestam em favor da reforma política para, entre outros objetivos, sanar os males da corrupção sedimentados na vida pública. A Igreja quer contribuir para o bem comum, lembrando as exigências éticas do Evangelho. A política é um serviço ao bem comum, na construção da sociedade justa, fraterna e solidária. Os políticos sejam pessoas dotadas de virtudes sociais, como competência, retidão, transparência e espírito de serviço, sendo os primeiros responsáveis pela ordem justa na sociedade. A superação da corrupção exige pessoas e partidos com perfil íntegro para o exercício do mandado publico. Convocamos a todos para que, através do Projeto de Lei de Iniciativa Popular sobre a Vida Pregressa dos Candidatos (Projeto Ficha Limpa), da Reforma Política e outras mobilizações, possamos garantir eleições regidas pela ética em 2010, fortalecendo a participação e garantindo a credibilidade dos processos democráticos. Nesse sentido, a Igreja oferece, por meio das escolas de Fé e Política, uma concreta e valiosa contribuição.
Que Nossa Senhora Aparecida, serva de Deus e da humanidade, ajude o povo brasileiro a combater a corrupção, cirando condições para uma sociedade justa e plenamente democrática.
Esperamos que esta nota da CNBB nos encoraje na evangelização em prol da ética na política. Nossa missão é defender a vida, a justiça, a dignidade da pessoa e os direitos humanos. Para isso vamos formar nossos fiéis na dimensão social do evangelho e prepará-los para assumirem funções políticas como lugar de evangelização.

Dom Orlando Brades
Fonte: CNBB

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