terça-feira, 10 de março de 2009

E ele, deixando tudo, levantou-se e seguiu-O (Lc 5,27-32)

Como sois bom, meu Deus, e como Vos aplicais a reabilitar os pecadores, a clamar «Esperança» aos culpados. Como Vos revelais, desde as primeiras linhas do Evangelho, o Bom Pastor, o Pai do filho pródigo, o médico divino que veio para os doentes.Parece que assumistes, logo desde as primeiras linhas do Evangelho, a tarefa de nos repetir: «Não desejo a morte do pecador, mas sim que ele se converta e viva» (Ez 18,23). Oh Deus, Pai das misericórdias, quereis dizer-nos que há esperança e graça mesmo para os culpados, mesmo para os mais caídos, os mais impuros. Aqueles que, aos olhos dos homens, estão irremediavelmente aviltados e perdidos são ainda nobres e belos aos Vossos olhos. Que eles se arrependam, que digam como David: «Pequei» (2Rs 12,13). Revelais com tanta generosidade a estas almas, que o mundo considerava tão perdidas e que Vós tendes plenamente encontrado, reabilitado, purificado, embelezado, revelais tão generosamente o tesouro dos Vossos favores que nenhuma graça lhes é recusada, nenhuma grandeza lhes está inacessível.Por mais fundo que caiamos, não desesperemos nunca. A bondade de Deus está acima de todo o mal possível. «Mesmo que os vossos pecados fossem como escarlate, tornar-se-iam brancos como a neve.» (Is 1,18). Não há nenhum momento na nossa vida em que não possamos começar uma existência nova, [...] separada como que por um muro das nossas infidelidades do passado.
Beato Charles de Foucauld (1858-1916), eremita e missionário no Sahara

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