sábado, 21 de março de 2009

Bento XVI vai a Angola consolidar a paz

Ao chegar nesta sexta-feira a Luanda (Angola), Bento XVI assegurou que vem ao país para trazer uma mensagem de alento à paz, após a terrível guerra civil (1975-2002) que se abateu sobre a população.
Ao receber as boas-vindas do presidente José Eduardo dos Santos no aeroporto “4 de fevereiro”, o Papa pediu ao governo que responda à difícil situação de pobreza em que vivem muitos de seus compatriotas.Sintetizando o objetivo da segunda etapa de sua viagem à África, o Santo Padre explicou que chega a Angola para visitar «uma das mais antigas comunidades católicas da África sub-equatorial, para a confirmar na sua fé em Jesus ressuscitado e unir-me às preces de seus filhos e filhas para que o tempo da paz, na justiça e na fraternidade, não conheça ocaso em Angola».A guerra civil que encerrou em 2002 em Angola cobrou mais de meio milhão de vidas e deixou milhões de refugiados.No país, 55,6% de seus 15.473.000 habitantes são católicos. A fé em Cristo foi trazida a estas terras por missionários portugueses em 1491. Considera-se que mais de 40% da população siga as crenças ancestrais africanas.Deixando espaço às confidências, em seu primeiro discurso, pronunciado em português, o Papa recordou: «venho de um país onde a paz e a fraternidade são caras aos corações de todos os habitantes, em particular de quantos – como eu – conheceram a guerra e a separação entre irmãos pertencentes à mesma nação, por causa de ideologias devastadoras e desumanas que, sob a falsa aparência de sonhos e ilusões, faziam pesar sobre os homens o jugo da opressão».«Compreendeis por isso como sou sensível ao diálogo entre os homens para superar qualquer forma de conflito e de tensão e fazer de cada nação – e, por conseguinte, também da vossa Pátria – uma casa de paz e fraternidade.»Para isso, o Papa pediu aos angolanos que não se rendam «à lei do mais forte». «Porque Deus concedeu aos seres humanos voar, sobre as suas tendências naturais, com as asas da razão e da fé».«Se vos deixardes levar por elas, não será difícil reconhecer no outro um irmão que nasceu com os mesmos direitos humanos fundamentais. Infelizmente, dentro das vossas fronteiras angolanas, há ainda tantos pobres que reclamam o respeito dos seus direitos.» Por último, o Papa afirmou que não se pode esquecer «a multidão de angolanos que vive abaixo da linha de pobreza absoluta».Dois terços dos angolanos vivem com menos de dois dólares por dia, segundo dados do Banco Mundial. «Não desiludam as suas expectativas», pediu o Papa.A décima primeira viagem apostólica internacional do Papa, que tem por etapas Camarões e Angola, encerra na próxima segunda-feira.

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