quinta-feira, 25 de junho de 2009

«Para entrar no Reino dos céus, é preciso fazer a vontade de Meu Pai»

O que há de mais doce para nós, meus irmãos, do que a voz do Senhor a convidar-nos ? Eis que, na sua doçura, o Senhor nos indica o caminho da vida. Se quisermos habitar na morada do Seu Reino, façamos boas ações, se não nunca o conseguiremos. Como o profeta, interroguemos o Senhor nestes termos: «Quem, Senhor, poderá ser hóspede do Vosso tabernáculo, quem poderá habitar na Vossa montanha santa?» (Sl 14, 1) A esta questão, meus irmãos, ouçamos o Senhor responder e mostrar-nos o caminho para esta morada: «O que leva uma vida sem mancha e pratica a retidão, e diz a verdade no seu interior, o que não calunia com a sua língua e não faz mal ao seu próximo».
No temor do Senhor, estes homens não se vangloriam da sua boa conduta; eles consideram que o que há de bom neles não pode ser seu mérito, mas vem do Senhor: «Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao Vosso nome dai glória» (Sl 113b, 1). Assim dizia o Apóstolo S. Paulo: «É pela graça de Deus que eu sou o que sou» (1Cor 15, 10). E o Senhor diz no Evangelho: «Todo aquele que escuta estas minhas palavras e as põe em prática é como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, engrossaram os rios, sopraram os ventos contra aquela casa; mas não caiu, porque estava fundada sobre a rocha».
Dito isto, o Senhor espera de nós que, em cada dia, respondamos com atos aos Seus santos conselhos. Porque os dias desta vida são-nos dados como prazo para corrigirmos o que há de mal em nós; o Apóstolo diz: «Não sabes que Deus só é paciente para que tu mudes de vida?» (Rom 2, 4) E o Senhor diz na Sua ternura: «Não quero a morte do pecador, mas que se converta e que viva» (Ez 18, 23).

São Bento (480-547),
monge Regra, Prólogo 19-38 (trad. Rochais, Eds. cistersences 1980, p. 7 rev.)
Fonte: Evangelho Cotidiano

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