“Neste momento, seus olhos se abriram, e eles o reconheceram.” (Lc 24,31)

O evangelho de hoje nos narra um episódio belíssimo, de encontro, experiência e revelação. Nesta semana em que toda a Igreja celebra com grande alegria e júbilo a Oitava de Páscoa, oito dias como se fossem apenas um só, ou seja, esta semana todas as celebrações eucarísticas até o próximo domingo equivalem ao domingo de Páscoa. Durante a liturgia desta semana temos acompanhado uma série de encontros e experiências com o Ressuscitado. Hoje de forma especial recordamos o episódio de Emaús.
Para entendermos um pouco mais este episódio, vamos fazer uma breve análise do episódio.
Quem eram estes dois discípulos e pra onde iam?
Um deles chamava-se Cleófas, o outro não sabemos o nome. Estes dois homens se dirigiam para Emaús, um povoado a uns 10 km de Jerusalém. O evangelho não nos da muitas informações sobre a aldeia. Atualmente temos os restos arqueológicos de uma casa indicada como sendo a casa de Cleófas, no mesmo povoado de Emaús, região da Palestina e um santuário cristão que recorda este encontro. A palavra nos diz que eles voltavam para casa, estavam tristes e desacreditados com o acontecimento da paixão e morte de Jesus, ou seja voltavam para a vida antiga.
“Enquanto conversavam e discutiam, Jesus em pessoa os alcançou e se pôs a caminhar entre eles. Porém seus olhos estavam como vendados e incapazes de reconhece-lo.” (Lc 24,16)
Eles estavam envoltos por uma crosta de descrença e tristeza, Jesus já havia aparecido a Madalena, a Pedro e João, porém mesmo assim os discípulos ainda não tinham se convencido e acreditado. Acontece então uma bela experiência de cura e restauração. Cristo começa a explicar-lhes o tudo aquilo que a Escritura, Moisés e os Profetas diziam a seu respeito.
“Não era necessário que o Cristo sofresse tudo isso para entrar na sua gloria?” (Lc 24,26)
Estes se sentiram tão confortados pela suas palavras que pediram que ficassem com ele e que permanecessem em sua presença. E ai que acontece o grande sinal da revelação:
“...e enquanto estava com eles a mesa, tomou o pão, o abençoou, o partiu e o deu a eles. Abriram-se os olhos deles e o reconheceram.” (Lc 24,30-31)
Eis o grande sinal do Ressuscitado no meio de nós, a fração do pão(como era chamado pelos cristãos primitivos), ou seja, a Eucaristia.
Logo em seguida os mesmos reconhecem que a Palavra abrasava seus corações e voltam imediatamente, mudam de direção, pra testemunhar aos demais como o reconheceram ao partir do pão,e que realmente Ele tinha ressuscitado e aparecido a Simão. Meus irmãos esta citação é bem sugestiva para nós, nos mostrando a consequência de um verdadeiro encontro e experiência com o Cristo ressuscitado, cura, restauração, tansformação de ânimo, passagem da tristeza a alegria, conversão, anúncio e testemunho.
Que você hoje possa buscar também viver e experimentar este encontro pessoal com o Senhor ressuscitado através da celebração eucarística mais próxima de você.
Assim como os dois discípulos de Emaús, também nós te imploramos: Senhor Jesus, permaneça conosco!

André Felipe
Comunidade Obra de Maria - Belém - Israel