segunda-feira, 28 de junho de 2010

Evangelizar: O que significa?

Qual é, afinal, a razão de existir da Igreja de Cristo? Ela existe para evangelizar, disse o papa Paulo VI na Exortação Apostólica Evangelii nuntiandi, depois do Sínodo sobre a evangelização, em 1974. Esta é a sua missão. É isso que Jesus pediu aos apóstolos, quando os enviou a todos os povos e a toda criatura: “ide... proclamai o Evangelho”.

E essa missão, realizada por toda a comunidade daqueles que Jesus Cristo reuniu, santificou e enviou, tem basicamente 4 aspectos complementares, como recordam as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, da CNBB: O serviço ao próximo em nome de Cristo; o diálogo com todos, para a aproximação respeitosa, a busca da verdade e a promoção da convivência fraterna; o anúncio explícito da Palavra de Deus; o testemunho de comunhão, para manifestar a vida nova do Evangelho.

A reflexão sobre a missão fundamental da Igreja, que envolve todos os seus membros, é sempre importante para manter clara a consciência daquilo que somos, como cristãos e como membros da Igreja: Evangelizadores. Ou então, como se disse na Conferência de Aparecida: Discípulos missionários de Jesus Cristo. A Igreja existe para a missão; ela se congrega em torno de Cristo e recebe dele os dons da salvação para se lançar para o meio do mundo, para ir ao encontro dos povos e, com eles, compartilhar os dons da salvação que lhe fora confiados. E a todos ela deve anunciar que o Reino de Deus está já chegou, acolhendo, ela própria, esta Boa Notícia com alegria e dando testemunho das realidades do Reino de Deus.

A Conferência de Aparecida convoca cada comunidade e a todos nós, batizados, a realizarmos um processo de “conversão pastoral”, passando de uma pastoral de conservação para uma pastoral decididamente missionária. Isso significa que não devemos contentar-nos em ter encontrado, para nós, a alegria da fé e a beleza da vida cristã, mas que devemos ter o desejo e a preocupação de compartilhar isso com os outros: É bom sermos cristãos católicos! E será bom também para os outros! O chamado a ser evangelizadores vale para todos os batizados: Para os leigos, os consagrados à Vida Religiosa e para os ministros ordenados, que têm a especial missão de formar, animar e conduzir toda a sua comunidade na missão evangelizadora.

O processo da evangelização pode ser resumido em três passos essenciais: Encontrar Jesus Cristo; seguir Jesus no caminho; anunciar Jesus aos outros. A vida cristã começa com o encontro com Cristo; normalmente, alguém ajuda para que isso aconteça, leva ao encontro com Cristo, aponta para Ele e abre indica o caminho para que leva a Ele. Será sempre alguém que já O conhece e está entusiasmado por Ele, sendo capaz de interessar outros também, dizendo e testemunhando: “encontramos o Messias!” Ou então: “vem e vê! Só Ele tem palavras de vida eterna!” Ou ainda: “Ele é o caminho, a verdade e a vida!” O encontro com Jesus é proporcionado de muitas maneiras e representa, no itinerário da evangelização, a iniciação à vida cristã e a descoberta da fé e da vida eclesial. Aqui têm papel importante os pais, os catequistas, os colegas, os testemunhas... E o Espírito Santo não deixa de fazer a parte dele.

O segundo passo é o seguimento de Jesus. A vida cristã não é apenas conhecimento, mas adesão à pessoa de Cristo e, por meio dele, adesão a Deus, no dom do Espírito Santo. Seguir a Cristo pelo caminho é a prática da vida cristã, da vida moral coerente com o Evangelho e o cultivo da amizade e da comunhão com Deus. O terceiro passo do processo de evangelização é a proclamação de Jesus Cristo, de muitos modos. O cristão só é maduro e adulto, como discípulo de Cristo, quando se coloca a serviço do anúncio da Boa Nova para os outros. De muitos modos, como acima foi dito.

Card. Odilo Pedro Scherer

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