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segunda-feira, 29 de junho de 2009

Notícias da Obra de Maria em Moçambique...

A Missão de Dombe localiza-se na província de Manica, na Diocese de Chimoio. Surgiu há 80 anos, com o objetivo de favorecer aos jovens uma oportunidade de frequentarem a escola ficando internos na missao, uma vez que, estes jovens moram em lugares muito distantes da escola.Os jovens internos são 190 entre rapazes e moças, numa faixa etaria de 13 a 23 anos. Em sua maioria falam a língua da província local o Ndal, mas há também alguns de províncias visinhas que falam o Chona, Chimanica, Tiute.Daqui do internato sairão futuros líderes comunitários, pais e mães de família, catequistas, sacerdotes, médicos, advogados, agrônomos, enfim, por isso o objetivo de formá-los nos princípios básicos da cidadania, ética, vida moral e religiosa, para que esses jovens possam alcançar a realização pessoal dentro do plano de Deus para cada um. Ajudá-los a crescer como pessoa humana é um desafio de absoluta prioridade.Parece-me que de uma forma globalizada a figura do educador está um pouco banalizada, os livros, artigos e revistas sobre educação abordam a crise sobre a qual esta passa, e aqui na África não é diferente, todavia, quando se há um empenho e objetivos com pessoas humanas como os que citei acima, é preciso encontrar a "coragem de educar", mesmo ante a desafios étnicos e culturais como os que encontramos aqui na missão.Confesso que por vezes não me sinto corajoso, mas encontro esta, contida na beleza dentro dessa tarefa tão difícil quanto fascinante, pois o que tenho a oferecer é a pouca experiência, mesmo que ainda seja algo pessoal, creio ser possível, ser acrescentada como novos conhecimentos e partilhada com o fim de gerar novos frutos.Ao começar o trabalho educativo aqui na missão, talvez pelo fato de que este me apaixonara, já tive logo várias idéias a respeito, contudo, sei que só o tempo obtido na convivência com os jovens é que me dirá o que poderá ser ou não aplicado, pois, bem sei que, na educação as teorias devem ser adaptadas com as realidades vigentes. Neste sentido, afirmo que, é a vida cotidiana com o rapazes e moças do nosso internato, viver a existência deles, que é feita de tantas nuances, de forma que percebo muito mais riquezas do que todas as teorias antes já estudada, e ainda que tenha formação acadêmica, vejo que aqui na prática se faz a verdadeira aquisição do conhecimento. Aqui em meio a eles sou apenas um aprendiz que busca a cada dia experimentar como se pode querer bem a estes irmãos e irmãs que o Senhor me deu. Eu os observo, acompanho-os, esforço-me para compreender os seus dias, seus sentimentos, seus humores, diferenças de caráter, seus sonhos, expectativas, cansaços, vê-los crescer e tornarem-se adultos. Procuro estimular sua curiosidade pelo estudo, uso da liberdade pessoal e autonomia intelectual, o conhecimento, o gosto pela vida espiritual, os valores éticos e humanos.As vezes, tenho a impressão de tê-los nas mãos. Pouco depois, porém, surge uma nova situação e me perco, nao sei como agir. Busco uma fuga para rezar e peço ao Bom Deus a força para continuar e não desejar abandoná-los. Para eles vejo que é importante saber que eu estou ali, e que me encontrarão quando tiverem necessidade, eles sabem que podem contar comigo a qualquer hora e para qualquer motivo.Fazer-me um com eles, vejo que tem feito uma grande diferença, isto não é apenas compartilhar de suas experiências, o lazer, o estudo, a oração, o alimento, as incertezas, nem tão pouco, sentir-me feliz com aquilo que lhes agrada. Fazer-me um com eles significa esvaziar-me de mim mesmo para dar-lhes espaço na minha vida. Esvaziamento este que é a própria acolhida amorosa do que eles são. Há certos aspectos da cultura deles que sei só o tempo me fará compreender, outros talvez, nunca consigam.O que me faz compreender nossas diferenças é uma profunda simpatia que sinto por eles. Quando uma pessoa se sente amada e acolhida permite fluir vias por onde possam transcorrer uma relação educativa. Isto aprendi com a minha relação com o verdadeiro mestre - Jesus. Com Ele pude concretizar, vendo seus exemplos, de que é na acolhida verdadeira do outro que tudo se modifica, pois aí nasce uma relação de amor. Neste sentido O trago para entre mim e os nossos jovens, de modo que ele mesmo dá o tom de nossa relação, juntos fazemos nossa caminhada seguindo o expemplo do Ressuscitado. E a medida que vamos fazendo este caminho, crescemos tanto quanto, o Cristo cresce em nós. Agindo assim a cada dia vou aprendendo a pedir perdão e a perdoar, derrubando cada vez mais todo orgulho humano, a entender uma necessidade sem que o outro a diga, a dizer não sem medo de perder a amizade, a escutar para compreender, a rezar tendo sempre Ele como meta e o Seu rosto sempre diante de mim.As vezes caio por pensar em querer ver alguns frutos. Mas aos poucos vou compreendendo que a minha missão é semear. Os frutos é o próprio Senhor da merce, que, a seu tempo irá colher. Algumas vezes consigo vislumbrar o desabrochar de um broto, ainda que sei que seja apenas um início fico radiante. São momentos simples numa vida simples, mas, de tão grande intensidade que chega a me prender a respiração pelo seu encanto. Isto me leva a contemplar a "Face do Mestre", a mim cabe criar o espaço necessário para que este feito aconteça.Quando aqui cheguei, ouvi uma frase que me marcou: onde há vontade, há possibilidade. Neste sentido, parafraseio Guardini: Somente no espaço criado pelo amor , aquele que é amado tem a liberdade de ampliar ao máximo toda a sua estatura.E finalizo com as palavras de Dom Helder Câmara quando falara sobre missão: "Missão é partir, caminhar, deixar tudo, sair de si, quebrar a crosta do egoísmo que nos fecha no nosso eu. É parar de dar volta ao redor de nós mesmos, como se fóssemos o centro do mundo e da vida. É não se deixar bloquear nos problemas do pequeno mundo a que pertencemos: a humanidade é maior. Missão é sempre partir, mas não devorar quilômetros. É sobretudo abrir-se aos outros como irmãos, descobrí-los e encontrá-los. E, se para encontrá-los e amá-los é preciso atravessar os mares e voar lá nos ceus, então Missão é partir até os confins do mundo".

Adélio Claudino
Missionário da Comunidade de Maria/Moçambique - Africa
Confira algumas fotos:





















terça-feira, 5 de maio de 2009

Nova missão da Obra de Maria em Dombe - Moçambique

Quero partilhar um pouco da nossa experiência na África, em Moçambique. Estamos na Província de Chimoio numa região muito pobre na cidade de Dombe. Aqui uma das grandes dificuldades é não termos energia elétrica. Nossa missão é localizada numa zona de interior de Dombe, aqui ajudamos em um internato para jovens rapazes e moças estudantes. A população em geral é muito carente, eles têm necessidades de tudo principalmente das ações básicas como saúde, educação, nutrição e cidadania. Evidentemente que nosso trabalho tem que ser muito lento uma vez que estamos dentro de uma cultura muito diferente da nossa. Para terem uma idéia, aqui os homens podem ter mais de uma mulher, isso é normal entre eles, evangelizar em uma cultura diferente da nossa requer sobre tudo muita paciência com o povo de Deus. Temos que encontrar o ponto de equilíbrio entre cultura e religião, e fazer com que ambas possam conviver bem se ajudando mutuamente sem que uma interfira na outra de modo a modificá-la, eis um grande desafio. As mulheres são muito submissas ao homem e trabalham muito, na maioria elas trabalham mais que os homens, pois são elas que cuidam da machabra (roçado, plantação), são elas que cuidam da casa, das crianças enfim, são muito fortes e guerreiras. Pela tradição os homens devem cuidar da pecuária, ou seja, dos animais (bois, cabras, porcos, ...), como estes diminuíram muito principalmente depois da guerra, os mesmos ficaram um pouco que acomodados e deixaram o trabalho na roça para as mulheres, de modo que se hoje elas veem um homem trabalhando na roça elas acham estranho. Em mais de 90% da casas faz-se apenas uma refeição por dia, por volta das 15horas, refeição feita a base de farinha de milho e água, o que eles chamam de massa. A carne ou caril, pode ser feito de folhas de feijão ou quando se tem alguma carne que pode ser bode ou galinha. Também comem grilos, ratos e sapos. Apesar de tudo é um povo que canta e faz celebrações lindas, tem um sorriso encantador. Aprenderam a viver com o necessário, coisa que muitos de nós ainda não sabemos. Estamos procurando aos poucos convivendo com eles levar a mensagem de amor e esperança de Cristo. Mensagem esta que ultrapassa nossa diferença de raça e cor. Que está além da impunidade das autoridades que nada fazem ante tanta necessidade, que vai além da indiferença de tantos que nada fazem pelo próximo. Se fizermos algo por eles, sinceramente não sei, mas que já recebi muito deles podem crer que sim. Ser missionário aqui em Dombe é viver sobretudo com o olhar no Cristo que virá recolher cada pequeno gesto de amor feito a cada filho Dele, pois aqui nós apenas plantamos; os frutos, Ele no seu tempo colherá. Lembro que há mais alegria em dar do que em receber, vir pra Dombe em Moçambique é deixar tudo pelo TUDO. É isso ai Comunidade Obra de Maria sirvamos ao Senhor de todas as formas e com alegria.

Adélio Claudino da Silva
Comunidade Obra de Maria - Missão de Dombe – Moçambique

Confira algumas fotos:




















sexta-feira, 27 de março de 2009

"Servimos ao Senhor de todas as formas com Alegria"

É imbuídos por este lema e revestidos pela graça santificante do Espírito Santo que estamos indo à Moçambique. É o próprio Espírito de Deus que nos moveà missão, tudo é feito por Ele e para Ele.
Ir ao encontro dos irmãos mais necessitados é fazer cumprir a palavra que diz:
Ide e evangelizai!
Nossa comunidade Abre portanto a missão de Moçambique com as mãos abertas para dar e receber. No próximo dia dois de abril estamos indo Francisco de Assis e eu, Adélio Claudino, ambos missionário consagrados da Obra de Maria para Moçambique. Estamos indo pela fé que temos em Deus e fortalecidos pelas orações de toda a Comunidade.

Em breve mandaremos notícias de nossa mais nova missão, peço as vossas oraçõs para que sejamos fieis ao chamado de Nosso Senhor.


Adélio C. Silva
Membro da Obra de Maria

quinta-feira, 26 de março de 2009

Preservativo não foi solução para AIDS na África do Sul

Um novo site oferece documentários nos quais se mostra como é possível lutar contra a AIDS desde uma perspectiva cristã e mostra como, a partir da experiência sul-africana, o preservativo não está detendo a epidemia. A iniciativa, recém-lançada na rede, publica os documentários audiovisuais, produzidos por Metanoia Media, «Semear entre lágrimas», merecedor de vários prêmios, assim como «Chegou a mudança», no qual se apresentam imagens e testemunhos inéditos dos ativistas católicos na luta contra a AIDS, na África do Sul e na Uganda. Norman Servais, diretor da companhia de produção sul-africana, explicou à Zenit que «meu país, como se sabe, é a capital mundial da AIDS, de maneira que podem falar-nos de preservativos, se quiserem, mas nós lhes responderemos que não são a solução». O bispo Hugh Slattery, de Tzaneen, na África do Sul, promoveu a produção destes vídeos como parte de um programa para responder à AIDS a partir de uma perspectiva católica. Em uma entrevista com Zenit, Dom Slattery explica que o objetivo do segundo documentário consiste em mostrar que «a abstinência antes do casamento e a fidelidade no casamento deterão rapidamente a difusão da AIDS». Um terceiro documentário da série, «Chamados a prestar ajuda», enfrentará o tema da «assistência aos enfermos, aos que vão morrer, e aos órfãos da AIDS», explica o produtor. O quarto vídeo, que será divulgado ao final deste ano, mostrará «o casamento e a família como a autêntica solução à pandemia da AIDS». Mais informação em http://www.catholicportal.co.za/AIDS/The_Change_Is_On.htm