terça-feira, 11 de maio de 2010

Se Eu não for, o Paráclito não virá a vós; mas, se Eu for, Eu vo-lo enviarei.

Meu Deus, Paráclito eterno, adoro-Te, Tu que és Luz e Vida. Podias ter-Te contentado em me enviar de fora bons pensamentos, a graça que os inspira e os realiza; podias ter-me orientado assim na vida, purificando-me apenas através da Tua acção interior no momento da minha passagem para o outro mundo. Porém, na Tua infinita compaixão, entraste dentro da minha alma desde o começo, dela tomaste posse, dela fizeste um templo para Ti. Por meio da Tua graça, habitas em mim de maneira inefável, e uniste-me a Ti e a toda a assembleia dos santos. Mais ainda, estás pessoalmente presente em mim, não apenas pela Tua graça, mas pelo Teu próprio ser, como se, mantendo embora a minha personalidade, eu fosse, de certa maneira, absorvido em Ti já nesta vida. E, como tomaste posse do meu corpo na sua fraqueza, também ele é templo Teu (1Cor 6, 19). Verdade espantosa e temível! Ó meu Deus, creio e sei que assim é!

Poderei pecar estando Tu em mim de forma tão íntima? Poderei esquecer Quem está comigo, Quem está em mim? Poderei expulsar o Hóspede divino através daquilo que Ele mais detesta, da única coisa que O ofende, da única realidade que não é Sua? [...] Meu Deus, tenho uma dupla protecção contra o pecado: primeiro, o temor de semelhante profanação, na Tua presença, de tudo quanto és em mim; e depois, a confiança em que esta presença me protegerá do mal. [...] Nas provas e nas tentações, chamarei por Ti. [...] Graças a Ti, nunca Te abandonarei.

Cardeal John Henry Newman (1801-1892), presbítero, fundador de comunidade religiosa, teólogo

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