
Queres opor-te a ele: fala a Deus por ele. Não digo que te cales: escolhe o meio conveniente, e vê Aquele a quem falas, em silêncio, com um grito do coração. Onde o teu adversário não te vê, aí mesmo, sê bom para ele. A esse adversário da paz, a esse amigo da disputa, responde tu, amigo da paz: «Diz tudo o que quiseres, porque, seja qual for a tua inimizade, tu és meu irmão» [...].
«Bem me podes odiar e repelir: tu és meu irmão! Reconhece em ti o sinal do meu Pai; é esta a Palavra do meu Pai: és um irmão quezilento, mas és meu irmão, porque tu dizes tal como eu: «Pai nosso que estais nos céus». Se invocamos um único Pai, por que não somos um só? Peço-te, reconhece o que dizes comigo e reprova o que fazes contra mim. [...] Temos uma única voz diante do Pai; por que não havemos de ter juntos uma única paz?
Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (Norte de África) e Doutor da Igreja
Sermão 357
Fonte: EAQ
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