
Da terça-feira, dia 17, até a segunda-feira 23, levarei a cabo minha primeira viagem apostólica à África. Com esta visita, pretendo abraçar o continente africano inteiro: suas mil diferenças e sua profunda alma religiosa; suas antigas culturas e seu fatigoso caminho de desenvolvimento e de reconciliação; seus graves problemas, suas dolorosas feridas e suas enormes potencialidades e esperanças. Quero confirmar os católicos na fé, animar os cristãos no empenho ecumênico, levar a todos o anúncio da paz confiado à Igreja pelo Senhor ressuscitado.Enquanto me preparo para esta viagem missionária, ressoam na minha alma as palavras do apóstolo Paulo que a liturgia propõe para a nossa meditação no terceiro domingo da Quaresma: mas nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos; mas, para os eleitos - quer judeus quer gregos -, força de Deus e sabedoria de Deus (1 Cor 1, 23-24). Sim, queridos irmãos e irmãs. Parto para a África com a consciência de não ter outra coisa a propor e entregar àqueles com quem eu me encontrar senão Cristo e a Boa Notícia da sua cruz, mistério de amor supremo, de amor divino que vence toda resistência humana e que torna possível inclusive o perdão e o amor aos inimigos. Esta é a graça do Evangelho capaz de transformar o mundo; esta é a graça que pode renovar também a África, porque gera uma força irresistível de paz e de reconciliação profunda e radical. A Igreja não procura, portanto, objetivos econômicos, sociais ou políticos; a Igreja anuncia Cristo, convencida de que o Evangelho pode tocar os corações de todos e transformá-los, renovando dessa forma desde dentro as pessoas e a sociedade.No dia 19 de março, precisamente durante a visita pastoral à África, celebraremos a solenidade de São José, padroeiro da Igreja universal e também meu pessoal. À intercessão celeste deste grande santo confio a próxima peregrinação e as populações da África inteira, com os desafios que a marcam e as esperanças que a animam. Em particular, penso nas vítimas do homem, das doenças, das injustiças, dos conflitos fratricidas e de toda forma de violência que infelizmente continua afetando adultos e crianças, sem poupar os missionários, sacerdotes, religiosos, religiosas e voluntários. Irmãos e irmãs, acompanhai-me nesta viagem com vossa oração invocando Maria, Mãe e Rainha da África.
Tradução: Aline Banchieri. Revisão: José Caetano.
© Copyright 2009-Libreria Editrice Vaticana
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